Conciliar a rotina com os treinos é um desafio para as mulheres; e elas estão se
saindo muito bem, obrigada!
A ciência comprova que as mulheres são muito boas para fazerem mais de uma coisa ao mesmo tempo e são exímias em conciliar a múltipla rotina de trabalho, família e os diversos obstáculos do dia-a-dia.De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Hertfordshire (Reino Unido), as mulheres superam os homens significativamente quando ambos trabalham em um número de tarefas simples ao mesmo tempo.
Um levantamento feito pela Federação Paulista de Atletismo em 2015 revelou que a participação feminina em provas de rua quadruplicou em oito anos. Na HF, as mulheres respondem por 45% do total de atletas matriculados. Um número que vem crescendo significativamente nos últimos anos.

Dessa forma, a corrida vem ganhando mais espaço na vida do público feminino, que enxerga esse esporte como um estilo de vida e também um agente socializador, que permite uma grande troca de experiências entre pessoas com objetivos diferentes.
Fernanda Filgueiras, 36 anos, começou a correr no fim de 2017. Porém, ainda no início de sua trajetória como corredora ela teve tendinite nos dois joelhos e precisou dar uma pausa nos treinos e iniciar uma fisioterapia. Quando finalmente voltou às ruas, teve um pouco de dificuldade de dar o devido foco aos treinos, não sabia o que poderia fazer diferente. “Quando eu voltei a treinar, o meu treinador chegou pra mim e falou assim : “olha, se você começar a faltar, você tem pouco tempo pra treinar pra Pampulha, se o seu objetivo é a Pampulha, se você não treinar direito e focar agora, você pode desistir.” Ela disse que, depois disso, resolveu fazer algumas mudanças nos seus hábitos de treino e decidiu procurar um médico.
“Ano passado eu fui no médico e falei com o cardiologista que eu estava com um problema de não conseguir melhorar meu tempo e achava que havia alguma explicação médica para isso. Ele me deu um pedido de exame, mas eu nunca fiz. Você sabe né, médico não vai muito em médico não”, relata Fernanda, que é otorrino e que mesmo com uma rotina de trabalho cheia, não abre mão do bem estar físico e mental. Apesar de se considerar uma pessoa bem tranquila com relação a prazos e metas dentro da corrida, ela se sentia incentivada pelas outras corredoras que a acompanhavam e não escondia a vontade de treinar cada vez mais para conseguir reduzir seu tempo.

Fernanda afirma que a corrida é sim um esporte individual, porém, quando se está inserida em um grupo, é bem diferente. “Isso ajudou muito na minha socialização, porque você quer ir com as meninas, você quer evoluir também, ter uma turma é muito gostoso.Eu sinto falta de ter companhia e aí as meninas são ótimas, os longos são ao mesmo tempo, então a gente vai juntas,uma incentiva a outra”,conta.
Para quem, como Fernanda, leva a corrida como estilo de vida, sabe que ela exige alguns sacrifícios, mas em compensação traz muitas gratificações pessoais. “A gente ganha uma energia diferente. E eu gosto, é uma coisa que se eu não acordar no final de semana pra correr, minha consciência pesa. Hoje, eu tenho mais noção de que pra eu evoluir eu tenho que melhorar meu tempo, estar sempre treinando. Eu vi que quando eu treinei, eu melhorei”, relata. O resultado esperado veio nos 5 km da etapa Outono do Circuito das Estações, com o sub30´.
A corrida não é um esporte caro, porém, acaba se tornando um investimento pra quem gosta de verdade da prática. Antigamente, um corredor ia pras maratonas apenas com a roupa do corpo e o tênis, mas, hoje em dia, com a chegada de novas tecnologias, os equipamentos que proporcionam melhor desempenho aos atletas como relógios, viseiras e tênis de boa qualidade possuem um preço mais elevado. Além disso, as corridas que acontecem fora do país exigem um desembolso maior devido aos gastos também com hospedagem, consumo e outros.
Os próximos desafios incluem uma prova fora do País: “Punta del Leste, quem sabe?”